Wednesday, February 06, 2019

quando a mente mente

a diferença entre o possível e o impossível não existe. simplesmente não existe, não é, não tem efectividade. é apenas e tão só um ponto de vista, às vezes até paranóia. tudo é possível e tudo é, igualmente, impossível. é o poder da mente e o camandro. às vezes há que desconfiar dela, da mente, porque mente que se farta. inventa histórias, descodifica mal os signos, deturpa sentidos, cria problemas de comunicação onde poderia haver uma enorme e pacífica harmonia, e (sobretudo com o tempo) cria falsas memórias. e o problema é que a mente não se desmente! ela acredita em si mesma de tal modo que até dá dó. dó ré mi e fica-se assim, sol. só e dormente, quando a mente fica demente. dificilmente recupera, a não ser perante um grande susto ou acontecimento. e lá pelo meio, essa dobra não-existencial-já-negligenciada-pela-corrente-da-mente-nada-clemente entre o possível e o impossível vai-se afirmando compassadamente. é então que a mente, desenfreadamente, tenta recuperar o fôlego teórico de uma qualquer justificação, argumentação que vá salvando o último reduto de verdade. mas a verdade, tal como ela, já só se apresenta clinicamente fremente. a situação é oprimente. há que resgatar a mente. somente.

Tuesday, September 18, 2018

às vezes no silêncio da noite

e hoje aconteceu. não faço ideia como nem porquê, mas aconteceu. e pelos vistos tu até tinhas previsto isto esta semana. incrível. e foi tão simples. e foi tão natural. e foi tão lindo. e foi tão nosso. e foi tão sempre.
https://www.youtube.com/watch?v=sGC8g0DJ0_E

Wednesday, September 12, 2018

sensatez

foi preciso chegar aos 42 anos para alguém me dizer que até é mais sensata do que eu! ainda estou estupefacta comigo mesma! e logo eu, que se há coisa que nunca sou é sensata! mas sim, tive que reconhecer: fui sensata. lindo, lindo! ainda estou a deliciar-me com esta nova experiência de mim mesma, mais sensata, mais adulta, mais consciente.
dito isto, só me apetece pegar no carro e ir até onde der a gasolina e não voltar. afinal de contas, para que serve a sensatez?

Monday, June 04, 2018

estou farta de coisas óbvias! o óbvio é para se comer ao pequeno-almoço e depois passar o dia a criar não-óbvios e outras impossibilidades!


Saturday, June 02, 2018

Tuesday, April 17, 2018

da maternidade

um dia destes dei por mim a dizer: "eu até sou boa mãe. eu falho um bocado é como pai"

Tuesday, April 10, 2018

no início era a fotografia. depois, veio o mundo, inteirinho, repleto de pessoas, animais, plantas, paisagens incríveis e livros. tudo aconteceu muito depressa. mas antes, antes houve o tempo da fotografia. a imagem neutra, pura, mental, que nada via, porque nada havia para ver, ainda nada tinha sido inventado, a não ser a possibilidade da reprodução. o tempo da fotografia era portanto o tempo da futugrafia, pois a imagem era o vazio do futuro. não havia nada para fotografar nem ninguém para apreciar. apenas a fotografia, a imagem como pura potência do futuro!
foram tempos maravilhosos, inesquecíveis.