o início é sempre fodido. sim, fodido. poderia ter dito lixado, difícil, traumático, impossível, mas escrevi fodido, porque de certa maneira tenho que resolver a escrita e a vida, de um só lance, de um só trago, de um único grito! e a grande questão regressa, vezes sem conta, como um beco sem saída: qual o sentido disto tudo? qual o sentido da vida, aos 41 anos? como viver daqui para a frente, depois de ter percebido que a boa metade já foi, queimadinha, como um cigarro sem filtro que eu nem sequer senti fumar! será que tudo se tornará melhor depois de publicar uma asneira? será que é assim que funciona ou estarei a ver tudo errado e o que me resta é portar-me bem e agir como sempre? será que, no meu caso, uma asneira, dita publicamente, e assinada por baixo, será a minha grande libertação, o caminho para a minha própria redenção? e depois ouvimos aquelas balelas de que só precisamos é de nos desculpar e de encontrar a nossa paz interior... sim, ok, sei que é verdade, mas o que fazer quando tentamos encontrar essa paz e é essa mesma paz que nos devora, que nos faz sentir morrer, que nos mata???
como se o sentido da vida pudesse ser um sentido único, sempre a direito, mesmo que torto! como não ver e sentir todos os sentidos da vida??? como não se deixar levar por um e por outro e por mais aquele que nos acena e depois seguir o contrário e o perpendicular e o transversal? a vida é uma rotunda, um abismo, e eu ando às voltas, já meia tonta, completamente perdida, sem saber como sair dela, até porque é uma rotunda toda gira, cheia de flores e uma paisagem linda e é bom estar na rotunda, é quase como nos sentirmos em casa. rotunda: tu és o meu lar e as tuas voltas o meu alimento! (ou deveria dizer sofrimento?)
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