Wednesday, June 29, 2016

problemas existenciais - parte I

É isso: sou órfã de mim mesma! Uau! Que conclusão magnífica para uma quarta-feira de Junho à tarde! (e dito isto, vou agora buscar a minha filha à escola, perguntando-me se ela então é um caso de descendência sem origem, espécie de remake do milagre da criação - desta vez com acto consumado mas sem mãe). Entretanto, talvez seja melhor dedicar-me à botânica depois de comer um bom chocolate.

Thursday, June 23, 2016

viva a imperfeição!

sempre detestei perfeiçoes! a própria ideia é em si mesma um conceito fechado, concluído e portanto limitado, imperfeito! prefiro os erros, amo as imperfeições, e delicio-me com aquele momento em que reconhecemos os nossos limites. é tao bom sermos pequeninos e sabermos que nao vamos a lado nenhum sem algumas pessoas que amamos e que nos amam. somos grandes na medida em que tentamos sempre agir em conformidade com os nossos ideais e princípios. aí somos grandes. mas somos ainda maiores quando nos sabemos fracos e temos a honestidade de perceber que errámos. e olhamos para os erros e queremos nao voltar a repeti-los, porque queremos ser melhores. como dizia o Beckett, always try to fail better! e como dizia uma vez um amigo, apaixonamo-nos sempre pelos defeitos e imperfeiçoes de alguem, quando existe a grandeza do reconhecimento desses defeitos e imperfeiçoes por parte de quem os tem, senao essa pessoa nao passa de burra ou pretensiosa. grande verdade! é tao bom partilharmos as nossas fraquezas...

Thursday, June 16, 2016

dedico-me a uma qualquer arte que não sei bem qual é, mas divirto-me e portanto mantenho-me nessa rotina de eficácia aparente, mas sistemática. os dias passam. as noites páram em frente a mim, olham-me estranhamente e eu desvio o olhar. vou sorrir para o outro lado. planície. licor de maracujá. zumbido nos ouvidos. calafrios. a tua mão aperta-me e toda a nossa história me incomoda. belisca-me. arranha-me. faz-me mal.
nao, soldado incognito, nao és tu, apesar de tudo. a guerra já terminou. os russos já chegaram e nós teremos sempre Paris! o problema nao és tu. é o outro. sim, o outro. sim, ainda o outro. sim, esse. pois, ainda esse! ok, mas o que queres que lhe faça? nao sou budista, nao acredito em pessoas  boazinhas e a cena positiva bem que pode ir para o camandro!, mas também nao consigo desfazer-me dele assim, percebes?
vá, lê-me umas páginas do Dostoievski e cala-te de vez!

Wednesday, June 15, 2016

noite a céu aberto

sentada no sofá, depois de um dia longo e longo de lindo e lindo de longo, relaxo a olhar para a lua que está quase farta. é sempre tao bom olhar para o céu! por que será? nao pretendo responder. apetece-me ficar na pergunta, bem mais aberta e livre do que qualquer resposta possível.
e a vida vai sendo isto: encontros felizes. e a noite entretanto é linda e longa de linda e linda de tao longa. boa noite.