Thursday, April 10, 2014

inflexões filosófico-poéticas ou poemário filosófico-inflexioso

gosto que a filosofia se faça de forma simples, sem pretensiosismos bacocos ou complicaçoes gratuitas. gosto de filosofia com sugos, chocolates e gomas, sim, muitas gomas! a filosofia é isso mesmo: é goma, é esse acto de pôr goma, de dar estrutura ao pensamento, mas também é engomar, engomar o discurso, torna-lo liso, superfície sem rugas.
a filosofia é um campo de problemas que se vai modulando conforme a sua eficácia prática, tal como o virtual muda de natureza à medida que se efectiva. daí a necessidade de uma dimensão epidérmica da filosofia: o pensamento é pura vibraçao e o cérebro é essa teia de aranha que capta a vibraçao dos signos. mais do que aranha, a filosofia é teia, onda, é essa massa de modulaçao, membrana de reverberação.

vibraçao do mundo. tu. sim, tu.

tu és a vibraçao que me anima, a vibraçao que me define, a vibraçao que existe em mim. és a minha dobra, de forma tao imanente que por vezes confundo a minha pele com a tua. somos dobra um do outro. eu sou-te, tu és-me, nós somo-nos. multiplicidades unas e únicas. fazes-me conhecer a poesia na filosofia e a filosofia na poesia, como dobras uma da outra, como intensidades imanentes que vibram uma na outra.

e assim a filosofia poesia-me... ou deverei antes dizer que a poesia filosofa-me em ti?

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